segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A democracia brasileira corre risco: Fora golpistas

por Emanuel Cancella
Existe uma crise mundial e o Brasil não é uma ilha, por isso sofre conseqüências, principalmente por conta do preço do barril do petróleo que sempre esteve acima de cem dólares, chegou a custar US$ 140, e hoje não chega a US$ 50. A Petrobrás, que além de abastecer o país, por 62 anos, de derivados de petróleo, financia, com os impostos que paga, 80% das obras no país, e o Brasil é o segundo canteiro de obras do planeta, só perdendo para a China. São milhões de empregos diretos e indiretos em risco no Brasil.
A presidente Dilma está isolada e toda proposta para saída da crise é implodida pela mídia e os partidos de oposição. É aí que onde queremos chegar, a oposição. Oposição, da qual faz parte o PSDB, que já perdeu quatro eleições para o PT, e busca, através do golpe,  destruir o partido e alcançar o poder, o que não consegue no voto.  Mataria assim dois coelhos com uma única cajadada!
Oposição da Globo, que apoiou e cresceu à sombra da ditadura, massacra o PT e apoia o PSDB. Tanto apoia, que botou no Jornal Nacional a farsa de que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás. O TSE já havia proibido veicular a denúncia da Veja por considerá-la, além de caluniosa,  peça de campanha do tucano Aécio Neves. Além disso, a propaganda eleitoral, na véspera da eleição, e proibida pela lei. Mas a Globo se acha acima da lei! A grande mídia acompanha a Globo na tentativa golpista e tem se manifestado permanentemente pelo afastastamento de Dilma. Aliás a grande mídia não tem nenhuma moral, pois juntas, Globo, Band, Veja e RBS, Folha de São Paulo foram abrir contas no HSBC da Suíça para lavagem de dinheiro.
No Congresso Nacional, temos o presidente do Senado Renan Calheiros e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos denunciados por corrupção pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Esses dois são verdadeiros homens-bomba que sabem que vão ser implodidos a qualquer momento e estão para o que der e vier, e a saída da Dilma pode ser uma sobrevida a esses dois picaretas.
No Brasil, nenhum presidente foi afastado por motivo econômico, e olha que tivemos vários planos econômicos e nenhum funcionou. Fernando Henrique Cardoso está alinhado com os golpistas e, apesar de  ter quebrado o Brasil por três vezes, entregou o país ao FMI e mesmo assim terminou o mandato. Depois no governo Lula o Brasil não recorreu mais ao FMI pagou a dívida e hoje somos sócios do Fundo.
Essa oposição é um verdadeiro saco de gatos que não tem nenhuma credibilidade, argumento convincente e nem direção. Porém eles se apóiam no isolamento da presidente. Dilma foi eleita pela maioria dos brasileiros e tem que terminar o mandato, garantido pela Constituição Federal. Independente do índice de aprovação de seu governo, se o seu pacote der certo ou não!
Se der certo, ela tem grandes chances de eleger seu sucessor. Se não der, compromete o futuro do partido e de seu candidato que, ao que parece, deve ser o Lula.
Mas a esquerda brasileira, composta pelos partidos, movimentos sociais e centrais sindicais, precisa dar as caras, não para apoiar Dilma, mas para defender a democracia conquistada a duras penas.
Dilma está há 9 meses de governo, é como um estudante que fica em recuperação, mas vai fazer a prova final. Dilma tem a seu favor o apoio total ao combate a corrupção no país, inclusive sancionou a lei da Delação Premiada, é ficha limpa e dedicou a sua juventude a lutar pela volta da democracia, inclusive foi perseguida, presa e torturada.
A esquerda brasileira não tem que apoiar Dilma, até porque, de forma legítima, disputam o poder. Entretanto todos os brasileiros democratas, comunistas e conservadores, militares e civis, têm obrigação de defender o processo democrático. Fora golpistas!            



Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2015 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
               



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