terça-feira, 28 de julho de 2015

Abaixo a impunidade!

                                              
                                           

O Brasil mudou! Hoje corruptos e corruptores estão indo para a cadeia e seus bens sendo confiscados. Agora precisamos de uma grande mobilização, um abaixo assinado com milhões de assinaturas para que o combate à corrupção inclua todos os partidos, todas as empresas, inclusive as de comunicação, todos os políticos, juízes etc. Que o combate à corrupção seja compatível com o lema: “Brasil – Um país de todos.”

Os procuradores que hoje compõem a força tarefa da operação Lava Jato formavam um grupo, na década de 90, conhecido como “Tuiuiús”,  que, no governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, combatiam ferozmente o Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, nomeado por FHC, conhecido como “Engavetador Geral da República”. Lamentavelmente, esses procuradores que cobravam o combate à corrupção no governo de FHC, hoje, na operação Lava Jato, fazem investigação seletiva, por exemplo blindando, deixando de fora, a era FHC na Petrobrás e eximindo de investigação os parlamentares do PSDB.

No governo de FHC, a Procuradoria Geral da República, os serviços públicos, MPF, a Polícia Federal estavam esvaziadas e inoperantes em todos os sentidos, principalmente por falta de renovação dos quadros, dada a inexistência de concurso público. Na Polícia Federal, por exemplo, a imprensa denunciava os carros parados por falta de gasolina e os telefones cortados por falta de pagamento. Agora a história é outra, o governo federal deu estrutura material e os órgãos investigativos gozam de ampla autonomia, o tempo dos engavetadores acabou!

Mas ainda precisamos de um amplo abaixo assinado e uma grande mobilização para acabar com setores impunes no país.

Por exemplo, a única empresa de peso investigada por corrupção é a Petrobrás. Por que não investigar outros também?

A Globo está envolvida em sonegação por não ter pago o Imposto de Renda da transmissão da Copa do Mundo de 2002; também é a principal suspeita na corrupção da Fifa. Seu sócio, na TV TEM, de São Paulo, é réu confesso no escândalo da FIFA; a Globo possui também conta no HSBC da Suíça, no escândalo conhecido como Swissleaks, contas essas para lavagem de dinheiro.

O grupo Gerdal, um dos maiores do país, teve seu proprietário, Jorge Gerdau, citado como maior envolvido no escândalo conhecido como Zelotes (esquema ilegal para reduzir ou cancelar dívidas com o Fisco). O escândalo Zelotes envolve valores muito maiores do que a corrupção na Petrobrás. Segundo matéria da revista Carta Capital, de 12/04/15, esse escândalo envolve cifras quatro vezes maior que o da Petrobrás.

 Furnas é apontada pela existência de um escândalo conhecido como a “Lista de Furnas”. Nessa lista, envolvendo mais de cem pessoas entre juízes e políticos, o ex-governador Aécio Neves do PSDB é denunciado por ser o controlador de uma das diretorias de Furnas, e de receber propina  através de sua irmã.

E não é só isso, precisamos nos mobilizar para acabar com a impunidade no país para alguns setores imunizados. O caso da impunidade do PSDB, por exemplo, lembra aquela série na TV “Vale a Pena Ver de Novo”, pois os parlamentares do PSDB ficaram de fora do julgamento da AP 470, conhecido como mensalão, com o agravante de que o mensalão tucano foi anterior ao do PT. O mais triste é que enquanto parlamentares de outros partidos, principalmente do PT, foram presos, os do PSDB nem sequer julgados foram e os crimes estão prescrevendo. E agora, no Lava Jato, assistimos à mesma novela do mensalão, ou seja, a blindagem do PSDB, já que os ex-governadores de Minas Gerais, do PSDB, Aécio Neves e Antonio Anastasia, foram citados em delação premiada e estão livres leves e soltos. Enquanto isso, grandes empresários, políticos de vários partidos presos e nenhum tucano na gaiola.

É verdade, nunca antes neste país assistimos a corruptos e corruptores indo para a cadeia. Agora precisamos acabar com a impunidade de alguns!
Brasil – um país de todos.”

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2015
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