quinta-feira, 14 de maio de 2015

GREVE DOS MÉDICOS

por Emanuel Cancella
Os médicos do Paraná marcaram uma greve para esta terça feira, 23/7. O principal motivo da greve é a convocação de médicos estrangeiros e os dois anos de medicina obrigatória no Serviço Único de Saúde - SUS. Creio que essa greve seja um tiro no pé. Primeiro porque faltam médicos, principalmente nas regiões mais pobres do país. As universidades de medicina estão em sua maioria situadas na região Sul e Sudeste e os médicos não querem se deslocar para as regiões Norte e Nordeste, regiões mais pobres do país.   E mesmo nas regiões mais ricas há falta de médicos, principalmente em determinadas especialidades. Em muitos casos a falta de profissionais é por conta dos salários pouco atrativos. Por tudo isso a importância da contratação de estrangeiros para preencher essas lacunas.
Segundo, quanto à obrigatoriedade de prestar dois anos de serviço ao SUS, achamos natural essa medida já que esses médicos são formados em universidade pública e dessa forma estariam retribuindo à sociedade o custeio do curso.
Lastimável a postura dos representantes dos médicos, reféns do corporativismo exacerbado. É preciso que as lideranças dos médicos lutem por um plano de cargos e salários justos para a categoria, mas é fundamental que as entidades, em sintonia com a sociedade, defendam o SUS, principalmente porque dele dependem os mais pobres. Também é  fundamental os Planos de Saúde ressarcirem o Estado pelo atendimento nos hospitais públicos de emergência, e para isso os sindicatos e os médicos são fundamentais no sentido de viabilizar esse repasse.
É preciso também que os representantes da categoria acabem com o jogo sujo em que o Estado finge que paga e os médicos fingem que trabalham. As manchetes dos jornais denunciam a toda hora as ausências aos plantões e em muitos casos resultando em óbito.  Lógico que existem médicos que vão muito além do juramento de zelar pela vida humana, muito são dignos de estátua em praça publica.
Mas fazer greve pelos motivos expostos é sacrificar ainda mais a sociedade, principalmente os mais pobres.     
RIO DE JANEIRO, 23 de julho de 2013

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