quinta-feira, 14 de maio de 2015

DILMA: quem anda com porcos fica com cheiro de chiqueiro...

por Emanuel Cancella
A presidenta Dilma precisa saber com quem anda, pois o setor de petróleo está entregue a um grupo de gestores que deixa muito a desejar.
A presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, ao ser indicada à presidência da companhia, foi acusada de nepotismo pelo atual prefeito de Manaus, Arthur Virgilio (PSDB). Na ocasião, em janeiro de 2012, Graça ocupava a diretoria de Gás e Energia da companhia. “Colin Foster, marido de Graça, mantém 43 contratos de prestação de serviço com a Petrobrás, sendo 20 sem licitação”, denunciou o então senador.
Arthur Virgilio apontou, também, de acordo com o blog do PSDB de Minas Gerais, que foi justamente a partir de 2007 que os negócios do sr. Foster começaram a prosperar na Petrobrás, coincidindo com a chegada de sua esposa a um posto de diretoria na empresa.
O Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério Público e a Policia Federal têm que apurar: ou estamos diante de uma deslavada mentira do senador ou a família Foster está usando a Petrobrás para auferir vantagens ilícitas.
Após mais de um ano, as denúncias de nepotismo do senador do PSDB são corroboradas em publicação da revista Veja, datada de 11 de abril de 2013: “TCU detecta indícios de nepotismo na Petrobrás”... Segundo relatório, “foram verificados vínculos de parentesco entre empregados comissionados da Petrobrás e empregados concursados, sócios, dirigentes ou administradores de empresas contratadas pela estatal.”
Creio que diante das acusações de mais de 700 contratos eivados de nepotismo todos deveriam ser investigados, principalmente os da família Foster, até com o objetivo de sinalizar para a sociedade que seriam inverídicas as denúncias. Com certeza se o nepotismo fosse praticado por funcionários comuns resultaria em demissão. Entendemos que essa prática deve ser proibida e punida em todos os escalões da companhia.
 Às vésperas do 11º leilão,  a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustível (ANP), mostrou um pouco da sua “idoneidade”, ao afastar dois técnicos que multaram empresas de Eike Batista. Mas Magda Chambriand nega favorecimento ao empresário. Diz que ele entrega o que promete aos investidores e afirma que, no futuro, também irá trabalhar em alguma empresa privada de petróleo. Podemos afirmar que, depois dessa declaração, com certeza a raposa foi colocada para cuidar do galinheiro.
É estranho que o diretor de Abastecimento da Petrobrás, José Carlos Cosenza, numa atitude estapafúrdia, fazendo coro com a mídia que chamava de “prejuízo” o lucro de R$ 21 bilhões obtido pela Petrobrás, tenha se apressado em  declarar ao jornal Valor Econômico:  “A Petrobrás terá déficit comercial até 2020”. A declaração foi manchete do jornal em 15 de fevereiro de 2013. Com que intenção?
Provavelmente questionada, a direção da Petrobrás tratou de corrigir a informação, mas o leite - ou o óleo - já estava derramado. Essa declaração do Cosenza, com certeza, causou mais prejuízo à Petrobrás do que todos os vazamentos de óleo em todos os tempos.
Operadores envolvidos em derramamento de óleo costumam ser punidos, embora as gerências sejam, via de regra, poupadas. Perguntamos se o diretor Cosenza, autor da declaração desastrosa à imagem da Petrobrás, sofreu o sofrerá algum tipo de punição.
A coisa está feia, presidente Dilma! No setor petróleo, até a governista, Federação Única dos Petroleiros (FUP) anda confusa. A FUP critica os leilões de petróleo e o desinvestimento, mas nada fala da presidenta da República, Dilma, nem da presidente da Petrobrás, Graça Foster.
Como se tudo de ruim na indústria do petróleo fosse obra do acaso! É uma contradição que a FUP tenha homenageado Maria das Graças Foster num  Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras Fupistas, no Rio, nos dias 5 e 7 de abril de 2013.
Acentuando essa contradição, no dia em 20 de maio de 2013 um diretor da FUP, indignado, num arrombo de rebeldia, talvez à revelia da maioria da direção da entidade, divulgou na base petroleira do Rio, que havia mandado uma carta à presidenta Dilma. A carta terminava com um alerta à presidenta:
 “...quem anda com porcos fica com cheiro de chiqueiro...”. Provavelmente uma paródia para  “quem anda com porcos, farelo come”.

RIO DE JANEIRO, 24 de maio de 2013

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