terça-feira, 2 de julho de 2013

Petrobrás, 0 Brasil que deu certo, e por isso tem que ser destruída

A luta do petróleo não termina nunca, afirma Maria Augusta Tibiriçá Miranda, em seu livro “O petróleo é nosso”. Primeiro, a campanha do petróleo foi às ruas, nas décadas de 1940-50, luta que resultou na criação da Petrobrás no monopólio estatal do Petróleo. Uniram-se civis e militares, estudantes e donas de casa, comunistas e conservadores. O governo de Getúlio Vargas, cedendo à pressão popular, foi levado à instituição do monopólio estatal. Depois veio o governo do general Ernesto Geisel, no início dos anos de 1970, abrindo o Brasil aos Contratos de Riscos, transgredindo a nossa Constituição. Durante 13 anos, as mesmas multinacionais que hoje cobiçam o nosso petróleo, principalmente o pré-sal, tiveram acesso a mais de 80% de nosso território e não descobriram nada de significativo em termos de petróleo. Com certeza, as multinacionais estrangeiras que aqui estiveram mapearam e registraram as áreas com potencial petrolífero. Mas os investimentos na área de petróleo são altos. Na época, só uma empresa nacional, comprometida com o desenvolvimento do país, se disporia a investir, pensando no futuro. Mas enquanto a Petrobrás investia na prospecção de petróleo e crescia, as aves de rapina, de olho na privatização, nunca cochilaram. Ernesto Geisel foi sucedido por Fernando Collor que abriu o jogo: queria privatizar a Petrobrás. Houve resistência, mas ele conseguiu extinguir a Petromisa e Interbrás, privatizar a Nitriflex e Petroflex, no entanto não teve força para concluir sua obra e foi afastado do governo. Leilões: vendendo o bilhete premiado Depois de Collor veio Fernando Henrique Cardoso e a chamada “Privataria Tucana” que inclusive virou livro. FHC privatizou a maioria das estatais, mas encontrou resistência, principalmente por parte da Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica. FHC também desrespeitou nossa Constituição. Houve resistência contra todas as privatizações, mas grande parte das estatais e setores da economia foi para mãos privadas de forma criminosa embora nenhuma dessas negociatas tenha sido investigada pela justiça ou pelo Ministério Público. Apesar dos entreguistas, a Petrobrás continuou a crescer, impulsionada pela dedicação de seus trabalhadores e pelo respeito que sempre mereceu do povo brasileiro. O que não impediu FHC de instituir os leilões, facilitando a entrada das petrolíferas de fora. Nesse caso, a Petrobrás arca com todos os custos e a ANP remete os campos de petróleo a leilão, onde os consórcios e, principalmente, as multinacionais vão “comprar”, a preços aviltantes, nosso óleo. É o que chamamos de “venda do bilhete premiado”. Só para se ter uma ideia de valores, o primeiro furo de poço de pré-sal custou à companhia cerca de 250 milhões de dólares. “Os valores envolvidos nos leilões não representam nada na contabilidade da Petrobrás”, afirma Ricardo Maranhão, ex-deputado, e também ex-presidente da AEPET. Apesar de manter os leilões, no governo de Luis Inácio da Silva, o Lula, em 2003 houve o fortalecimento do serviço público e estatal, com investimentos e a retomada dos concursos públicos. Nesse período, a Petrobrás se fez respeitar no mundo. Ela que já havia recebido dois prêmios internacionais na prospecção de petróleo no mar. E o seu maior feito: desenvolveu tecnologia que propiciou a descoberta do pré-sal. Foi considerada pela Agência Internacional de Energia – AIE como a mais brilhante entre as empresas de petróleo. A volta dos que não se foram Agora voltam com toda força os mesmos personagens e argumentos que foram contrárias à criação da companhia e do monopólio; que implementaram os Contratos de Riscos; que extinguiram empresas estratégicas do Sistema Petrobrás; que tentaram sem sucesso mudar o nome da empresa para Petrobrax; que quebraram o monopólio do petróleo, mas não conseguiram privatizar a Petrobrás. São os inimigos de sempre que, segundo Maria Augusta Tibiriçá, em seu livro, não desistem nunca. Essa turma quer fazer leilão de petróleo; desnacionalizar a indústria naval, entregar nosso petróleo e, principalmente, o pré-sal, para os consórcios privados e as multinacionais. Além dos 14 BI de barris de petróleo de reservas confirmadas, o Brasil possui mais 50 BI de barris de petróleo no pré-sal. Os inimigos da Petrobrás alegam que a companhia é ineficiente e transformaram o lucro de 2012 de R$ 21 BI em prejuízo. Como na época de Collor e FHC, eles depreciam a empresa para depois privatizá-la. É o que eles querem fazer com a Petrobrás. Mas, será que a sociedade vai permitir? RIO DE JANEIRO, 05 de março de 2013 2012

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