terça-feira, 2 de julho de 2013

Carta aos brasileiros, em defesa da Petrobrás

por Emanuel Cancella Estamos assistindo hoje a uma trama internacional contra a maior empresa brasileira, orgulho do nosso povo. Mas primeiro tem uma questão que precede à política que é a questão da idoneidade moral. A despeito de ser apontada como uma das dez mulheres mais poderosas do planeta, dona Graça Foster não está acima da lei, e compõe uma diretoria que está em suspeição. Isto por que o Tribunal de Contas da União aponta prática de nepotismo na Petrobrás, entre 2009 e 2011, quando Graça Foster já era diretora da companhia, numa soma de mais de R$ 700 milhões em contratos. O tema se torna mais grave quando Arthur Virgílio, o atual prefeito de Manaus, quando ainda era senador pelo PSDB, postou em seu blog “que o Sr Colin Foster, marido de Graças Foster, teria 43 contratos com a Petrobrás, sendo 20 deles sem licitação”. Disse, também, que “os negócios da família Foster, coincidentemente, prosperaram com a chegada de Maria das Graças Foster à diretoria da Petrobrás”. Já em 1999, no Centro de Pesquisa da Petrobrás – Cenpes, onde Foster era lotada, já fora alvo de denúncias de favorecimento e nepotismo gravíssimas que inclusive já envolvia Colin Foster, o que gerou um relatório que foi misteriosamente arquivado. Agora, diante do relatório do TCU e das denúncias do ex-senador e prefeito de Manaus, Arthur Virgilio, a categoria petroleira exige que o relatório do TCU seja divulgado para sociedade, com o nome das empresas contratadas e das pessoas envolvidas em nepotismo. Os petroleiros não aceitam que, por conta de 19 funcionários envolvidos, segundo o TCU, o nome da categoria e a imagem da companhia sejam manchados. Nesse sentido o Sindipetro-RJ enviou no dia 7/6 oficio ao TCU e a direção da Petrobrás`, que não se manifestaram e na próxima segunda-feira, 17/6, estaremos reiterando denúncia ao Ministério Publico Federal e enviado o pedido de investigação à Policia Federal. Vale ressaltar que no governo de Fernando Henrique Cardoso, em seu programa de privatização fazia parte a Petrobrás, felizmente a luta dos petroleiros com apoio da sociedade conseguiu salvá-la. A trama de FHC, para buscar o apoio popular para suas privatizações, consistia de várias nuances, entre elas congelando tarifas, inviabilizando assim qualquer investimento que permitisse a melhoria na qualidade dos serviços dessas empresas, tendo como finalidade seu desgaste junto a sociedade. Agora assistimos à nova versão da privatização da Petrobrás. Ela consiste na criação de um plano de investimentos irreal e desnecessário para, a partir daí, justificar a venda de ativos da Petrobrás. Essa grande armação tem como carro chefe o “Desinvestimento”, criado pela presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, a mesma envolvida em denúncias que precisam ser apuradas, com urgência. E através desse dispositivo, a presidente da Petrobrás se arvora no direito de vender ativos da Petrobrás quando a companhia atinge determinado nível de endividamento. Agora, diante de uma decisão da Justiça que paralisou a Petrobras cobrando cerca de R$ 7 bi, dívida fazendária, da era FHC, que inclusive agora já foi suspensa, mesmo assim, Foster, na sua volúpia entreguista, já deflagrou o desinvestimento: “Petrobrás se desfaz de ativos para permitir a entrada de R$ 3,9 bi. Para Cemig vendeu por R$ 650 milhões de suas participações em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Já o banco de investimentos BTG Pactual vai comprar 50% da Petrobrás Oil & Gás BV, que controla operações na África por U$ 1,525 bilhão (R$ 3,27 milhões, pela cotação de ontem).” Fonte O dia 15/06/13. Inclusive por essa decisão judicial a Petrobrás esta ameaçada de ficar de fora do leilão de Libra marcado para o dia 22/10/13. Libra é a maior descoberta da Petrobrás e dos maiores campo de petróleo do mundo. A companhia “endividada” não teria como fazer proposta no leilão. Através do desinvestimento a presidente Foster já “vendeu” 40 % de um campo gigante, o BS 04 da bacia de Santos para o mega empresário Eike Batista. E já anunciou pela imprensa, vai vender refinarias, terminais secos da companhia na região Sudeste, os mais lucrativos, incluindo seus dutos, parque de energias alternativas e ainda outros campos de petróleo. Apesar da empresa ser uma estatal, tudo isso é feito sem licitação e audiência pública. Por que o Plano de “Desenvestimento” é irreal e desnecessário? O Brasil carece de engenheiros e técnicos para produzir no pré-sal, além disso, a indústria brasileira não tem hoje capacidade de fornecer os equipamentos necessários para desenvolver esses campos gigantes. Tendo em vista que não precisamos produzir com urgência, pois já somos auto-suficientes na produção de petróleo, então poderíamos, de forma estratégica, postergar a produção no pré-sal e investir maciçamente na formação de mão de obra e adequação da nossa indústria. Desse modo estaríamos investindo no Brasil e nos brasileiros, e, como disse a presidente Dilma, preservando o nosso passaporte para o futuro, que é o pré-sal. Entretanto investir da forma contraditória como o governo Dilma pretende e a presidente da Petrobrás põe em prática, além de sufocar financeiramente a companhia, a exportação de petróleo só vai contemplar os interesses das grandes multinacionais e aos mega empresários. Vale lembrar que a privatização foi rechaçada no debate eleitoral pela então candidata Dilma ante seu oponente José Serra do PSDB. Disputas políticas a parte, mas o que não podemos permitir é que pessoas suspeitas estejam dirigindo a Petrobrás e fazendo negócios espúrios que sem sombra de duvidas favorecem ao capital internacional e prejudicam os interesses de nossa nação! RIO DE JANEIRO, 16 de junho de 2013

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