quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Trem bala: Os brasileiros continuarão na estrada?

por Emanuel Cancella

As críticas ao trem bala vão de A a Z, da direita raivosa à esquerda desvairada. As críticas construtivas, em conjunto, já consagraram o modelo: é sobre trilhos que a humanidade tem que caminhar.

Mas é preciso impedir a corrupção. Olha o exemplo do Ministério dos Transportes, onde a roubalheira se dá nos constantes contratos com as empreiteiras, nas construções de estradas e rodovias, nos recapeamentos anuais, nas construções de pontes, até os militares se envolveram na lama do Ministério.

Há uma lama que não se vê, mas que se manifesta com muita força contra o trem bala: as montadoras de carros e caminhões, dos fabricantes de pneus, dos pedágios e das grandes empreiteiras. Essa é a turma que é contra o trilho, e está sob o manto da mídia grande.

Na questão ambiental, o trilho dá um show. O transporte ferroviário usa energia renovável e não agride o meio ambiente – sem falar no conforto e na rapidez. Já no transporte rodoviário, enfrentamos a morosidade, os grandes engarrafamentos, o stress que provoca nos usuários, bem como é o grande responsável pela emissão de monóxico de carbônico.

Muitas vidas serão poupadas com o trem. As rodovias tiram vidas (de motoristas e pedestres), além de mutilar as pessoas. E os gastos dos hospitais, no atendimento às vítimas das estradas? Tudo isso pode ser minimizado com o trem. Uma das críticas ao transporte ferroviário é o seu alto custo, em comparação ao transporte rodoviário. Porém, o trem dura muito mais e gasta muito menos em manutenção.

A pergunta que não quer calar: no Primeiro Mundo – Europa, Estados Unidos e os asiáticos, principalmente a China, optaram pelo uso do trem, como transporte de massa. Por que só os brasileiros têm que ficar na estrada?

RIO DE JANEIRO, 03 de agosto de 2011

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