sábado, 13 de agosto de 2011

FALENCIA DO IMPÉRIO

por Emanuel Cancella

Na crise financeira internacional de 2008, o que se assistiu foi a tentativa de estancar hemorragia com esparadrapo. Naquele momento o Império investiu pesado para salvar da falência empresas símbolo do capitalismo internacional como a GM e o Citibank.


Na verdade eles estatizaram o prejuízo. Socializaram o prejuízo. Tudo isso com dinheiro dos trabalhadores, dos contribuintes. Nenhuma dessas empresas perdeu, os bancos saíram fortalecidos. Estranho que os dirigentes dessas empresas continuam com seus salários milionários como se nada tivesse acontecido. Já os trabalhadores vão pagar com suas aposentadorias, empregos, piora nos serviços públicos, principalmente na saúde e educação.


Como num jogo de dominó, os Estados Unidos montaram um esquema maldito onde se eles quebrarem desabam as principais economias do planeta. A começar pela China que é quem detém a maior reserva de dólares.


Por conta da crise, o endurecimento da política no norte da África e do Oriente Médio em busca do petróleo para substituir sua moeda. O Brasil está entre os grandes detentores de dólar e remete anualmente bilhões para saciar uma divida impagável. A presidenta Dilma cortou 30 bilhões de reais do orçamento da União atingindo políticas socais e anuncia que deseja congelar os salários dos trabalhadores. Ainda convivemos com a cobiça da Europa e, principalmente, dos EUA sob o nosso pré-sal.


Uns mais outros menos, na verdade os Estados Unidos conseguiram colocar todos no mesmo barco. Não é a toa que agora o G20 decide manter os títulos do tesouro americano depois da agência de classificação de risco Standart & Poor's rebaixar a nota desses papéis. Não existe para quem repassar essas moedas podres. Vale lembrar que essas agências de risco não são confiáveis a medida que nenhuma delas apontou a quebra da economia americana em 2008.


O que nós estamos assistindo agora é o esforço do presidente Barakc Obama em aumentar a capacidade de endividamento. Isso é parte de uma trama para criar um grande colchão para diminuir o impacto da queda da economia americana. Na verdade os EUA estão falidos. Só não foi decretada sua falência. A população da Grécia, Itália, Portugal, França, Chile saem às ruas protestando contra os efeitos da crise em suas economias, principalmente no esvaziamento das políticas públicas. Na verdade todos os países vão ser atingidos. O que o Império vai tentar fazer é financiar sua derrocada à custa do sacrifício mundial. A principal vítima dessa política são os pobres.


Quando da queda do murro de Berlim e a crise dos países comunistas do Leste Europeu os capitalistas bradaram: " o comunismo morreu", "o sonho acabou". Agora, diante da crise econômica estadunidense por que não buscarmos outro modelo. Por que tentar salvar a economia americana? Considerando principalmente que a política dos EUA é baseada em racismo, agressão ao meio ambiente, ódios e guerras.


A crise não é nossa, mas querem que paguemos a conta!

RIO DE JANEIRO, 11 de agosto de 2011

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