segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Lula inaugura expanção do Cenpes

por EMANUEL CANCELLA

Quando Lula inaugurar hoje a expansão do Cenpes será importante lembrá-lo da luta de muitos petroleiros para que ele chegasse à presidência de nosso pais. Foi essa luta que ajudou também a sua presença na cerimônia de ampliação do nosso Centro de Pesquisa.

Em 1979, a ditadura militar ameaçava com prisões dirigentes sindicais, entre eles um barbudo, Luis Inácio da Silva, mais conhecido como Lula, além do fechamento do Sindicato que este presidia, em São Bernardo. Um petroleiro do Rio, Jorge Eduardo, conhecido como “Jorginho”, arregimentava militantes para irmos para a Cinelândia passar a sacolinha para arrecadarmos fundos para ajudar na luta dos metalúrgicos de São Paulo. Artistas como Gonzaguinha e Elis Regina faziam show para arrecadar dinheiro para o fundo de solidariedade aos metalúrgicos.

Em 1983, na base do Rio, três companheiros foram demitidos no Cenpes: Fabíola, Wladimir Mutt e Denise, além de Orlando na Fronape e Alberto Pasqualine no Edise. Foram punidos porque distribuíram panfleto e se manifestaram em apoio à greve na Petrobrás na Bahia e Paulínia contra os decretos 2036/2037 e 2045 do então ministro Delfim Netto, no governo do general João Figueiredo, que visava privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil e Caixa Econômica, entre outras estatais.

O primeiro comício de Lula, candidato a presidência em 1989, que segundo a imprensa juntou mais de 5 mil pessoas, foi em frente ao Edise patrocinado e dirigido pelo núcleo dos petroleiros e petroquímicos do Rio.

Em 1995, os petroleiros do Rio participaram da maior greve da categoria, 32 dias. Fizemos no Rio várias passeatas, enchemos a avenida Rio Branco e fomos até a porta da Rede Manchete e da Tv Globo para responder aos ataques da mídia que visavam desgastar a Petrobrás e possibilitar a sua privatização. Ocupamos a Manchete e fomos recebidos pelo então diretor Renato Machado e conseguimos naquele mesmo dia o direito de resposta.

Então, senhor presidente Luis Inácio Lula da Silva: os petroleiros participaram da luta pela democratização do país em defesa da Petrobrás, para levar o PT e Lula à presidência. Muitos desses personagens hoje aposentados não podem entrar nessa cerimônia para abraçá-lo, até porque sofrem restrições para circular na companhia, mas isso é de menor importância. O mais grave é que estes homens e mulheres, depois de tudo que fizeram, não têm seu contrato de trabalho respeitado, o que deveria ser uma regra na Petrobrás. Muito obrigado, presidente!

RIO DE JANEIRO, 07/10/2010

Editorial do Surgente de 07/10/201

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